logo-esales-branco-2

Institucional

Soluções

Por que devo me preocupar com a nova política do WhatsApp

06/08/2021

Em janeiro de 2021, o aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp colocou os seus usuários contra a parede, informando que todos deveriam aceitar a nova atualização de sua política de privacidade, que previa que  teriam seus dados compartilhados com a rede social Facebook – do mesmo grupo econômico ao qual pertence o app -, caso contrário, teriam suas contas encerradas até 8 de fevereiro. Este prazo, posteriormente, foi prorrogado para 15 de maio, informando que seriam impostas restrições no uso, como suspensão do envio de mensagens e recebimento de chamadas. 

Diante dos questionamentos dos órgãos brasileiros, o aplicativo adiou a entrada em vigor da nova política em 90 dias. Porém, conforme nova nota à Agência Brasil, o aplicativo afirmou que renunciaria a este prazo e não iria impor restrições de uso para quem não aceitar a nova política.

Neste artigo escrito pelo nosso Chief Security Officer, Rudimar Grass, você descobre um pouco mais sobre o que mudou nessa nova atualização da política de privacidade do WhatsApp. Não deixe de conferir as dicas de como melhorar sua segurança durante o uso do app. Boa leitura!

Nova Política de Privacidade

As mudanças na política de privacidade do WhatsApp, de forma geral, trazem um pouco do que já sabíamos: que ocorre o compartilhamento de informações entre empresas do Grupo Facebook. Além disso, há outras mudanças que assustam, como a possibilidade de compartilhamento com empresas que utilizam o WhatsApp Business, com objetivo de ajudá-las a “se comunicar” com seus clientes, ou seja, usuários da plataforma tradicional. 

Todos já devem ter lido alguma notícia sobre os vazamentos de dados do Facebook, e o pior é que não sabemos quando outros vazamentos irão acontecer, visto o histórico vulnerável da arquitetura desta rede social. Muito tem se falado, também, sobre o formato de publicidade, nada puritano, praticado pela empresa de Mark Zuckerberg. Não são poucos os casos de denúncias sobre o Facebook assediar seus usuários, fazendo uso dos dados coletados para exibir anúncios baseados em seus interesses e estilos de vida. O Facebook possui um algoritmo poderoso, que traça um perfil baseado em cada ação e movimento que seus usuários fazem dentro da rede social.

Não bastasse direcionar conteúdos baseados em dados coletados sem a transparência e a comunicação necessárias, o Facebook ainda tenta reformular suas visões políticas. Quem não ficou sabendo  do escândalo da Cambridge Analytica no qual 87 milhões de usuários do Facebook tiveram dados coletados para construir perfis psicológicos explorando tendências e depois despejando anúncios para influenciar opiniões políticas?

Casos de uso dos dados do Facebook para testes, sem que o usuário saiba que está sendo base de um experimento, são comuns. Os testes funcionam por meio da apresentação de conteúdos com aspectos positivos ou negativos para determinar como esse tipo de informação afeta o humor das pessoas.

Na tecnologia não existe coincidência, quando você recebe anúncios de lojas que estão na sua proximidade, sem nunca ter realizado nenhum tipo de pesquisa a respeito, trata-se da geolocalização do Facebook agindo para que empresas parceiras possam fornecer conteúdos sobre seus produtos para seus potenciais clientes. E quando você recebe aquele anúncio de algo que estava falando com amigos ou familiares? Mágica, certo? Não, trata-se apenas da permissão que você concedeu ao Facebook e ao Instagram de acesso ao seu microfone. Então, repense quando um aplicativo pedir permissão de acesso ao seu microfone e sua câmera. 

A preocupação com a política de privacidade do WhatsApp transcende o usuário comum, chegando ao ponto de estados e nações bloquearem as ações e mudanças propostas. No Brasil, a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), juntamente com outros órgãos, solicitou um prazo de 90 dias para funcionamento da nova política. Conforme publicado pela Mobile Time, o pedido foi realizado pelos seguintes órgãos: Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Ministério Público Federal (MPF), Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). A realização deste pedido ocorreu em 7 de maio de 2021.

Na nota, as entidades recomendaram ao Facebook que:

  • Adiasse a vigência da política de privacidade;
  • Não houvesse restrição do acesso às funcionalidades do aplicativo para usuários que não aderiram à política;
  • Adotasse orientações específicas feitas pela ANPD, com vistas a ampliar a transparência das informações e simplificar os canais de acesso para o exercício dos direitos dos usuários.

Após as investidas dos órgãos brasileiros, o WhatsApp informou que não fará restrições de uso do aplicativo e não terá mais prazo para o aceite da política. Porém, os usuários serão lembrados de tempos em tempos para que aceitem a atualização da política.

O fato é que o WhatsApp coleta uma infinidade de informações de seus usuários, assim como outros apps também fazem. A diferença é que quando combinados esses dados com outros recolhidos por apps do grupo Facebook, pode-se obter um perfil completo dos usuários. O WhatsApp, por exemplo, coleta em sua maioria, metadados que dizem muito sobre o comportamento dos usuários, como por exemplo: como você interage com outras pessoas (tempo, frequência e duração de suas interações), informações de diagnóstico de quando o app trava, recursos de grupos, fotos de perfil, status e, quando você está online, dados sobre o nível de bateria do aparelho, intensidade do sinal e operadora móvel. Agora, reflita! Já imaginou o que é possível fazer com todas essas informações?

Cabe lembrar que há a opção de “não aceitar” a nova política de privacidade do aplicativo, caso não haja concordância com os termos. Mesmo que o prazo se esgote para o aceite, o usuário não terá sua conta apagada, como também não perderá seu acesso como haviam prometido, porém, ao continuar o uso sem consentir com a nova política de privacidade, serão enviadas notificações constantes para se realizar este aceite.

O que fazer para melhorar sua segurança durante o uso do WhatsApp?

Quando gigantes da tecnologia ignoram a opinião de seus usuários em relação às suas práticas e impõem mudanças que geram impactos na privacidade destes, torna-se importante fazer valer os direitos, que estão protegidos pela LGPD.

Caso ainda seja necessário fazer uso do WhatsApp, seguem algumas dicas de segurança:

Privacidade na adição de novos grupos – Altere as configurações

WhatsApp > Configurações > Conta > Privacidade > Grupos > Altere: de “Todos” para “Meus contatos” > Concluído.

Duplo Fator de autenticação

WhatsApp > Configurações > Conta > Verificação/Confirmação em duas etapas > Ativar > Crie uma senha seis dígitos para sua conta do WhatsApp (PIN) > Confirme o seu PIN (digite novamente o seu código pessoal) > Informe um endereço de e-mail válido caso esqueça seu PIN > Avançar > Confirme seu endereço de e-mail > Salvar.

Autor: Rudimar Grass (CSO eSales e CEO Security Culture)

Relacionados

Inovação e Tecnologia

Sell-in e Sell-out: qual a relação com logística e cadeia de suprimentos?

Inovação e Tecnologia

Next Log lança pesquisa setorial sobre transportadoras brasileiras

Inovação e Tecnologia

Como funciona o Pagamento Eletrônico de Frete e quais as suas vantagens?

Inovação e Tecnologia

O que são BIDs e como podem ser usados em transportes?

Inovação e Tecnologia

Teoria das Restrições: o que é e como se relaciona com a Supply Chain?

Inovação e Tecnologia

Por que devo me preocupar com a nova política do WhatsApp

Inovação e Tecnologia

O que é crowdshipping e quais as suas vantagens mais expressivas?

Inovação e Tecnologia

Confira 5 principais tendências de Supply Chain para adotar em 2021

Inovação e Tecnologia

Implantação do sistema VMI: desafios e como realizar com sucesso

Inovação e Tecnologia

Lead Time na logística: o que saber sobre esse indicador?

Open chat
Olá! Tudo bem? Que tal ter uma demonstração das nossas soluções?