Você já ouviu falar em open banking? Trata-se de um novo conceito em tecnologia que permite o desenvolvimento de ferramentas que promovem o diálogo entre diferentes plataformas.
É bem verdade que o gestor nem sempre consegue se manter atualizado com o que há de mais moderno na tecnologia, uma tarefa quase impossível para alguém com tantas responsabilidades.
O curioso é que, ainda assim, aprendemos a respeitar a força da automação de processamento e da integração de dados. Isso acontece por um único motivo: são ferramentas que dão resultado!
Com isso em mente, preparamos um artigo com tudo o que você precisa saber sobre essa tendência global que em breve deve pegar embalo também no Brasil. Confira na sequência!
Entendendo o problema
Antes de abordarmos mais diretamente o que vem a ser o open banking, é interessante contextualizar o leitor dentro de uma situação muito comum na vida do empreendedor e do gestor brasileiro: fazer o meio de campo entre o internet banking oferecido pelo banco e o sistema de gestão financeira da empresa.
Quando destrinchamos os processos internos na gestão financeira da empresa, acabamos nos dando conta de que estamos usando pessoas para transferir informações entre duas máquinas, o que não faz o menor sentido, especialmente quando levamos em consideração o arsenal tecnológico de que dispomos.
Como veremos mais para a frente, a simples integração entre esses dois computadores pode cortar a necessidade de intervenção humana e gerar inúmeros benefícios para a rotina interna do negócio.
Talvez você esteja se perguntando: “se é simples assim, por que o open banking ainda não está tão presente em nossas vidas”? A grande verdade é que as novidades tardam mas não falham. É natural que a tecnologia demore um pouco até se entrosar por completo.
A integração do sistema do banco com outros sistemas e plataformas é bastante simples do ponto de vista técnico, mas não é tão fácil quando levamos em consideração os aspectos burocráticos e também a própria curva de aprendizado do usuário.
A lei brasileira não possui nenhum dispositivo que vá de encontro ao open banking, diretamente. O problema é que a lei e as medidas normativas do Banco Central simplesmente não tocam no assunto.
É claro que quando essas regras foram criadas, elas faziam todo o sentido do mundo e ninguém poderia imaginar que o open banking fosse uma possibilidade. No entanto, a tecnologia avançou e as necessidades do correntista também.
Muito por conta disso, o Banco Central do Brasil já pretende criar um marco regulatório para o tema, permitindo que investimentos sejam realizados no segmento com uma segurança jurídica muito maior do que a incerteza gerada pela ausência na lei.
O fato é que o assunto ainda não conta com regulamentação específica no Brasil, e essa lacuna acaba dificultando o processo em larga escala, embora já existam muitos cases de sucesso.
Apesar disso, o open banking vem sendo considerado por muitos como um caminho sem volta não apenas no país, mas em todo o mundo. Por isso, o Banco Central do Brasil já vem estudando modelos para regulamentar a prática, aumentando a segurança jurídica do usuário e do fornecedor.
Open banking como solução
O open banking tem esse nome justamente porque passa a ideia de um banco aberto, isto é, com uma interface aberta para que os desenvolvedores de software possam criar aplicativos que se encaixem em múltiplas plataformas.
Um cliente pessoa física poderá, por exemplo, baixar um único aplicativo financeiro em seu smartphone, no qual poderá pagar contas em diferentes bancos, ampliar a proteção de um seguro ou adiantar uma parcela do financiamento do carro, tudo em um único lugar!
Um usuário pessoa jurídica, por sua vez, poderá integrá-lo com todas as contas bancárias da empresa, recebendo extratos, comprovantes e toda sorte de documentos em um espaço centralizado e organizado.
O open banking está alinhado com o prestígio que a experiência do cliente tem ganhado dentro do planejamento das empresas. Isso acontece porque o próprio conceito de open banking já inclui a ideia de construção de um banco a partir das necessidades do cliente e não o contrário: construir um serviço com base na conveniência do banco e tentar encaixar o cliente nele.
Como funciona o open banking
Depois de analisar todas as funcionalidades do open banking, não é difícil entender como ele funciona.
Para compreender os mecanismos que funcionam por trás do open banking, é importante ganhar intimidade com o termo “API”, ou Application Programming Interface. A expressão vem da língua inglesa e significa algo como “interface de programação de aplicações”.
O API é uma interface que permite a conectividade entre vários dispositivos e aplicações. O sistema operacional de um smartphone, por exemplo, possui uma série de APIs para poder acomodar as necessidades dos desenvolvedores de aplicativos.
Se não existissem os APIs, todos os aplicativos para smartphones teriam que ser desenvolvidos pela empresa criadora do sistema operacional ou por algumas poucas empresas por ela autorizadas.
Podemos pensar no API como uma peça de Lego ou quebra-cabeças adicionada a um sistema, que pode se encaixar a outros módulos, criando uma composição perfeita para atender à demanda do usuário.
Seguindo no exemplo acima, podemos dizer que o sensor de rotação da tela foi criado para permitir que o usuário utilize o aparelho tanto na posição retrato como na posição paisagem.
Graças a um API, no entanto, o sensor do aparelho pode ser utilizado também por outros aplicativos para as mais diversas finalidades, como controlar o volante de um carro no videogame das crianças.
Dentro do contexto do open banking, o API é uma peça importante para que desenvolvedores externos possam criar ferramentas tecnológicas capazes de automatizar por completo o processo de integração bancária, permitindo que os dois sistemas falem a mesma língua.
As grandes vantagens para o usuário
A primeira grande vantagem da total integração com os sistemas dos bancos é a automação de processos internos que atualmente são realizados pelos gestores ou por funcionários do departamento financeiro da empresa.
Dessa forma, não será preciso alimentar o sistema de gestão cada vez que a empresa receber um pagamento ou fizer uma transferência a partir de uma de suas contas. Isso significa que o gestor pode dedicar uma parcela maior do seu tempo ao que importa de verdade: gerir o negócio.
Isso é muito importante, já que a experiência prática nos mostra que quanto mais tempo os tomadores de decisão têm para pensar no futuro da empresa, maior é a qualidade das decisões tomadas por eles.
Outra grande vantagem é que não é preciso contar com funcionários ou equipes especializadas em realizar essa função. Isso permite que a organização funcione com uma eficiência maior ou que enxugue o seu quadro de funcionários, aumentando a sua competitividade.
Do ponto de vista dos bancos, o open banking pode ser uma boa estratégia para se destacar da concorrência. A parceria com empresas de tecnologia pode ajudar as instituições financeiras a fidelizar a chamada “geração Y”, que costuma associar a imagem do banco à burocracia e às elevadas taxas de juros.
O open banking promete mudar não apenas o modo como trabalhamos, mas também a maneira como administramos nossas finanças na vida pessoal.
Já imaginou ter um único aplicativo no celular capaz de acessar informações sobre diversos cartões de crédito de bandeiras e bancos diferentes? Já pensou poder monitorar e realizar operações em diferentes contas bancárias, tudo no mesmo lugar? Ao que tudo indica, já estamos bem perto disso!
O que pode mudar nos produtos oferecidos pelos bancos
Quando um empresário procura uma instituição financeira para abrir a sua conta PJ, é levado a escolher, entre algumas opções apresentadas, um pacote de serviços associados à sua conta-corrente, como emissão de cheques, acesso à rede de caixas eletrônicos e um limite de operações não taxadas.
Com a chegada do open banking, a tendência é que a possibilidade de integração entre o sistema do banco e o da empresa muito provavelmente deve ser oferecida como um produto, separado ou associado a um pacote com outros serviços e facilidades.
Os acessos podem ser contabilizados de forma individual e cobrados do correntista no fim do mês. Uma alternativa seria estabelecer um limite de acessos gratuitos e atribuir um valor a ser pago para cada acesso excedente. Por fim, certamente haverá pacotes com um número ilimitado de acessos, para as empresas que trabalham com um volume grande de movimentações financeiras.
A situação atual do open banking no Brasil
O maior indicativo de que o open banking será uma prática comum no futuro, independentemente dos desafios encarados ao longo do caminho, é o fato de que ele foi desenvolvido para melhorar a vida do cliente.
As normas legais e infralegais ligadas ao Direito Bancário no Brasil, no entanto, são bastante protetivas com relação às informações bancárias dos usuários. O objetivo, é claro, é assegurar o sigilo dos dados bancários a que todo indivíduo tem direito.
É por esse motivo que o banco não pode sair por aí vendendo ou fornecendo informações sobre a movimentação financeira de seus correntistas para terceiros, como seria o caso de um fornecedor de tecnologia ou uma fintech, por exemplo.
O problema é que essas regras faziam todo o sentido no momento em que foram criadas, mas hoje a falta de uma regulamentação específica pode dificultar um avanço mais substancial na área.
Muitos países da Europa, vanguardistas no open banking, também tiveram que passar por dificuldades semelhantes. Prevaleceu o argumento que aponta o usuário final como o verdadeiro dono de suas informações bancárias, podendo escolher com quem compartilha ou não os dados.
Isso permitiu que os bancos passassem a fornecer informações sobre a movimentação financeira de seus correntistas para outras empresas previamente autorizadas pelo usuário, sem correr nenhum risco de infringir as regras.
O que podemos esperar para o futuro
O open banking já é um grande sucesso em todo o mundo, sobretudo por conta das vantagens que gera para todas as partes envolvidas. Isso nos mostra que a tendência é que a modalidade continue crescendo e se desenvolvendo com o passar do tempo.
Como já tivemos a oportunidade de mencionar, há uma grande expectativa de que o marco regulatório do open banking seja publicado pelo Banco Central do Brasil (possivelmente em 2019), conferindo segurança jurídica à prática e permitindo que bancos e desenvolvedores se aprofundem na elaboração de ferramentas cada vez mais personalizadas para atender às necessidades de seus clientes.
Outra questão que também segura um pouco o desenvolvimento do open banking é a segurança dos dados. Para que os bancos e fintechs envolvidos com o open banking possam fazer o produto cair nas graças do público brasileiro, também é necessário dar uma atenção especial para outra questão muito importante: a segurança.
Não estamos querendo dizer, com isso, que a abertura das interfaces das instituições financeiras seria, em si, um risco para a integridade do sigilo bancário do usuário. Muito pelo contrário: os cases têm nos mostrado que uma boa estrutura de design de APIs combinada com um rigorosíssimo gerenciamento pode garantir o sono do correntista.
O que provavelmente veremos ao longo dos anos é um investimento alto em toda a infraestrutura de segurança, para que possamos avançar ainda mais na criação de ferramentas personalizadas para o cliente.
Por fim, não poderíamos encerrar este artigo sem chamar a atenção do leitor para o fato de que o open banking é uma tecnologia tão revolucionária que até mesmo os especialistas têm dificuldades de prever todas as suas possíveis consequências.
De fato, é necessário ser bastante criativo para contemplar todas as possibilidades que um enorme ecossistema de aplicativos de parceiros pode trazer para os tradicionais serviços bancários oferecidos individualmente por cada instituição financeira.
As possibilidades de criação de novos negócios são realmente largas com a utilização do open banking, possibilitando que a gestão financeira e os serviços bancários sejam milimetricamente direcionados para as demandas de cada mercado específico.
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