Os profissionais do setor de logística e suprimentos entendem que a distribuição de mercadorias começa antes do embarque no caminhão. O processo de estocagem que precede a separação e a expedição é fundamental para garantir que os produtos cheguem até o destino. Nesse cenário, uma das metodologias que se destaca é a chamada de cross docking.
Trata-se de apenas mais uma das etapas que compõem a cadeia de suprimentos tanto para o abastecimento da produção quanto para a distribuição de itens. Portanto, o gestor dessa área deve estar preparado para identificar e implementar técnicas capazes de tornar os processos mais ágeis e precisos.
Interessou-se pelo assunto e quer aprofundar seus conhecimentos? Então, este artigo foi preparado especialmente para você. Acompanhe!
O que é cross docking?
Um dos maiores custos organizacionais têm origem na manutenção do espaço do armazém para a alocação de mercadorias. Essa é uma prática comum, que tem a finalidade de assegurar que o estoque seja capaz de atender à demanda do mercado.
Como tais condições são imprevisíveis, os gestores tentam estimar qual será o consumo no período para manter a disponibilidade de produtos suficiente. Porém, essa opção resulta em gastos elevados, o que prejudica os resultados da operação.
O processo de cross docking surge como uma solução para o problema, ao propor que a distribuição ocorra de forma imediata. Mas o que isso quer dizer para o gestor? Quais são as reais mudanças?
Em primeiro lugar, assim que o pedido é recebido, os produtos são enviados para o armazém ou centro de distribuição. No local, há o processamento dos pedidos, que termina com a etapa de expedição para o consumidor final.
Quais são os benefícios dessa metodologia?
De acordo com as mudanças propostas pelo cross docking, as empresas que utilizam essa técnica possibilitam a redução dos gastos com estoque que envolvem a manutenção do local adequado para esse processo. O importante é que o armazém pode ser significativamente menor, uma vez que o seu papel é apenas transitório.
O gestor também ganha em termos de agilidade na entrega das mercadorias. Vale lembrar que o atendimento do prazo de frete é um dos principais fatores para a obtenção da satisfação dos clientes.
Até mesmo o setor financeiro pode ser beneficiado e otimizar os resultados cada vez mais. Em função da quantia reduzida, o capital de giro imobilizado em produtos sofre queda. Como consequência, a empresa dispõe de mais recursos que podem ser direcionados a investimentos e melhorias na operação.
Como o cross docking pode ser um obstáculo?
Não há uma metodologia 100% à prova de erros — e o cross docking não é diferente. Existem alguns riscos relacionados à implementação desse tipo de gerenciamento de estoque.
É importante que o gestor analise todas as informações disponíveis e, assim, tome sua decisão de forma estratégica. Para favorecer a adoção de medidas preventivas, listamos alguns problemas que podem surgir em sua operação. Confira!
Eventual desabastecimento
O cross docking depende da disponibilização de matérias-primas conforme a necessidade, ou seja, aplica a metodologia just in time. Essa prática requer o comprometimento dos parceiros para ser bem-sucedida.
Portanto, se um dos fornecedores atrasa ou simplesmente não entrega os pedidos, a operação fica sujeita a atrasos e, em casos mais graves, interrupções. Nesse cenário, o atendimento dos clientes pode ser afetado pela falta de mercadorias para envio.
Falta de comunicação
A comunicação entre a empresa e seus parceiros é um dos fatores fundamentais para o funcionamento dessa forma de gerir o estoque. A falta de integração entre os sistemas da transportadora e da indústria impede:
- o rastreamento da rota;
- o planejamento da distribuição;
- o acompanhamento das entregas;
- a verificação dos documentos de frete
- a estimativa de preços dos serviços de transporte.
Oscilação dos preços de compra
Um dos motivos que justificam a manutenção de uma quantidade elevada de itens no armazém é proteger a empresa contra oscilações de preços no mercado. Esse fator é ainda mais relevante no caso de fornecedores estrangeiros, que estão sujeitos às variações cambiais.
Já pelo ponto de vista do cliente, o aumento súbito dos valores pode resultar em insatisfação e queda no volume de vendas. Esse cenário exige um amplo planejamento para equilibrar os custos e manter a política de preços em patamares compatíveis com a concorrência.
Como colocar essa metodologia em prática?
A logística de distribuição é um processo complexo e envolve diversas áreas, como produção, estoque e fiscal. Portanto, existem adaptações fundamentais para que as melhorias possam ser implementadas com sucesso.
Adquira um sistema de gestão
Quanto mais um negócio cresce, mais complexos tendem a se tornar os processos de trabalho. Trata-se de um dos casos em que o cross docking depende da renovação tecnológica para ser executado. Por isso, é preciso buscar ferramentas informatizadas que sejam capazes de:
- controlar o volume de estoque;
- registrar as transações de venda;
- sincronizar o fluxo de distribuição;
- possibilitar o compartilhamento de informações.
Um sistema de gestão também é uma necessidade quando consideramos a frota própria ou os parceiros logísticos envolvidos na distribuição. Dessa forma, há um maior controle sobre o processo e é possível acompanhar a performance da área.
Qualifique a equipe para superar desafios
O processo logístico requer a atuação de uma equipe capaz de solucionar problemas para os clientes. Esse resultado somente é possível com a adoção de uma postura flexível e ágil.
O primeiro aspecto a ser desenvolvido é a disseminação de conhecimento sobre o processo e a execução das atividades. Trata-se de um dos meios mais eficazes de obter a real cooperação para o alcance dos objetivos organizacionais.
Em segundo lugar, estão a autonomia e o estabelecimento da comunicação entre todos os elos da cadeia de suprimentos. Tal medida tem relação direta com a qualidade do trabalho realizado.
Desenvolva parcerias com os fornecedores
Essa prática é muito comum no setor industrial, que depende da pontualidade de seus fornecedores para abastecer a produção de forma programada. Portanto, os prazos de reposição, as datas de entrega e as quantidades exigidas devem ser acordadas entre ambas as partes.
O mesmo vale para os fornecedores de serviços logísticos que atuam com a distribuição. Embora a execução da atividade possa ser terceirizada, sua gestão precisa ocorrer internamente. Isso quer dizer que o gestor deve:
- tratar eventuais problemas com a entrega;
- identificar as necessidades de coleta em entrega;
- acompanhar o atendimento dos prazos dos clientes;
- avaliar o desempenho dos fornecedores periodicamente.
Quando uma empresa passa a aplicar o cross docking, é importante alinhar suas atividades para que os benefícios sejam obtidos em sua totalidade. Assim, serão notadas melhorias na operação, como a redução de custos, o aumento da agilidade das entregas e a qualidade do atendimento ao consumidor.
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